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The Record Keepper – Entrevista EXCLUSIVA

Olá amigos!

Foi lançado ano passado a websérie Adventista chamada The Record Keeper. Nós aqui fizemos uma fandublagem que pode ser vista na tela abaixo.

Conseguimos entrar em contato com o diretor do projeto, Jason Satterlund, um americano muito simpático que respondeu várias perguntas para nós. Abaixo você acompanha a entrevista, feita EXCLUSIVAMENTE para o blog.


Jason Satterlund 01Você é Adventista? Como foi para ter a oportunidade de realizar este projeto tão significativo para os Adventistas, já que é baseado num dos livros mais importantes da escritora Ellen White?

Está correto, sou Adventista. Tenho minha própria produtora de filmes, a Big Puddle Films (www.BigPuddleFilms.com), e antes disso eu não tinha feito tantos trabalhos para a igreja. A Associação Geral [Sede Administrativa Mundial da Igreja Adventista] me contratou especificamente para este projeto. Tenho dirigido filmes, clips musicais, comerciais e documentários por quase vinte anos, e a igreja viu meu trabalho e decidiu me chamar.

Como começou esse contato?

A Associação Geral me informou que eles estavam para fazer uma campanha mundial a fim de promover o livro “O Grande Conflito”. Eles queriam que eu criasse o que é chamado de “trailer de livro” para promovê-lo. Um trailer de livro é como se fosse o trailer de um filme, só que feito para um livro. Você filma várias cenas do livro e edita como se fosse o comercial de um filme.

Naquela época, o livro não estava re-editado completamente, então eu não sabia quais capítulos seriam incluídos no produto final. [Lançado no Brasil como A Grande Esperança].

Porém, quando me convidaram para fazer esse trailer para “O Grande Conflito”, minha resposta inicial foi rejeitar o trabalho. Não porque eu não gostasse do livro, mas porque “O Grande Conflito” é uma narrativa épica que se estende por anos e eu sabia que seria uma tarefa extremamente difícil. Tanto eu quanto o co-criador Rajeev Sigamoney nos sentimos do mesmo jeito em relação a isso. Nós sabíamos que tentar dramatizar essa história seria, de longe, mais difícil do que o orçamento iria permitir.

Cada capítulo do “GC” (Grande Conflito) é tão grande que poderia ter seu próprio longa-metragem. Especialmente os capítulos sobre a destruição de Jerusalém, Martinho Lutero e João Wycliff. Eu não via como poderia produzir tudo iLocação 03sso e encaixar num trailer de livro de dois minutos. Eu sabia que seria impossível a menos que tivéssemos milhões de dólares no orçamento.

Então, tivemos mais reuniões e tentamos imaginar uma forma diferente de trazer vida para essa história. A ideia lançada seria criar um seriado de internet e fazer com que cada episódio fosse um capítulo diferente do livro. Eu achei que seria interessante, mas havia outro problema. “O Grande Conflito” não é um romance. Não há um personagem que você segue pelo livro, como em “O Desejado de Todas as Nações”. Se você tentasse fazer um seriado, não haveria nada conectando um episódio ao outro, além de um tema espiritual. Eu sabia que isso seria muito importante pra manter pessoas interessadas. Então, nós nos separamos e tentamos pensar em um meio diferente de fazer esse trabalho.

Algumas semanas depois, eu tive uma ideia. Sempre fiquei intrigado ao pensar no que os anjos têm pra fazer. Eu nunca vi uma história sobre anjos que fosse muito realista. Hollywood tem uma ideia distorcida do que é um anjo. Sempre que vejo filmes cristãos, os anjos tendem a ser personagens superficiais e desinteressantes com pouca ou nenhuma profundidade, sem qualquer preocupação. Porém, eu não acredito que eles sejam assim! Para poderem lutar nas batalhas nas quais se envolvem, precisam se importar muito com a humanidade e com nosso Pai celestial.

Raina 01Pense sobre isso por um minuto. Como diz a Bíblia, “Porque aos seus anjos dará ordens a teu respeito.” Milhões, se não bilhões, de anjos estão na terra, agora, lutando por nossas vidas. A cada dia eles devem olhar diretamente no rosto do mal mais escuro e nos proteger disso. Eles nos conhecem melhor que conhecemos a nós mesmos. Eles nos veem quando caímos, velam quando dormimos e estão lá quando morremos. Acredito que isso deve ter um sério impacto sobre eles. Quando perdemos um ente querido, geralmente nos lamentamos por anos, pense então quanto um anjo se lamenta quando nos vamos.

Com esses pensamentos, desenvolvi a ideia de anjos recontando as suas histórias para alguém. Inicialmente pensei que seria como algum tipo de terapeuta, mas com Rajeev Sigamoney surgiu o conceito de que eles estão conversando com aquele que escreve o livro da vida. Desse jeito, nós podemos ficar mais tempo na sala dos guardiões de memórias e apenas ouvir as histórias dos anjos. Isso nos ajuda significativamente na questão do orçamento e nos permite fazer muito mais. Também, nós temos personagens imortais então somos capazes de seguí-los através do curso da história e ver como os eventos os afetam.

Uma vez a igreja tendo aprovado a ideia, fiquei empolgado de ser parte dela. Esse tem sido um dos melhores projetos da minha carreira.

Quando você recebeu a ligação para produzir o primeiro episódio da série? Quando foi filmado? De quanto tempo você precisou para terminar o piloto?

Como eu disse antes, a conversa inicial sobre este projeto começou alguns anos atrás. Levou algum tempo para fazer com que se desenvolvesse no que você vê hoje. Nós filmamos o piloto em fevereiro do ano passado [2012]. Nosso plano original era filmar no outono de 2011, mas devido a circunstâncias fora do nosso controle, tivemos que empurrá-lo para fevereiro. Gravamos durante dois dias e filmamos dois episódios. A edição e pós-produção demoraram cerca de um mês.

Locação 01Conte-nos um pouco sobre o Steampunk World, um recurso usado em filmes, e a razão pela qual foi aplicado no The Record Keeper.

Quando estávamos nos preparando para filmar esses episódios, uma das primeiras pessoas que eu chamei foi a figurinista Angelique Paull. Se você der uma olhada em sua página no IMDB, você vai ver que ela tem uma impressionante lista de créditos (http://www.imdb.com/name/nm2515102/). Ela tinha acabado de trabalhar em “Os Vingadores” e amei a idéia dela fazer roupas para os anjos. Ela é uma pessoa maravilhosa e somos muito abençoados por ter os seus talentos neste projeto.

Imediatamente ficamos desarmados tentando descobrir que tipo de roupas os anjos usariam. Nosso objetivo com este projeto era contar essa história de uma forma que nunca havia sido feita antes. Eu não queria as típicas túnicas brancas ou asas de anjo, e me opunha completamente à visão comum do Céu com o fundo branco infinito e um solo cheio de nevoeiro. Para mim, isso é muito chato. Eu sabia que, se a série continuasse, passaríamos muito tempo na sala, e um branco infinito seria algo muito cansativo de se olhar.

Para tornar as coisas mais difíceis, o primeiro episódio ocorre antes que a humanidade estivesse usando roupas, por isso não havia nada na terra para comparar ou usar como inspiração! Então, com o que iríamos vestí-los? Ternos e gravatas? Roupas de coral? Uniformes como você vê em “Guerra nas Estrelas?”.

Ao mesmo tempo, eu estava tentando encontrar o local certo para filmar e acabei caindo nos mesmos questionamentos de antes. Inicialmente, eu procurei por locais futuristas e pensei em algo que se assemelhasse visualmente e nas sensações com o que vemos em “Jornada nas Estrelas”, mas não estava encontrando nada que funcionasse.

Então, um dia, me deparei com um edifício de banco que foi construído durante a virada do século 20. A arquitetura era muito ornamentada, e em uma das extremidades havia um cofre de banco deslumbrante com uma linda porta de aço. Eu me apaixonei pela aparência e sensação transmitida pelo lugar, mas não me foi permitido filmar no prédio. Depois de muito procurar encontrei um hotel que também foi construído na mesma época e que era ainda melhor! Havia arcos, colunas e até mesmo anjos esculpidos no teto!

Lembro-me muito claramente do momento seguinte. Corri para casa e disse à minha esposa o que eu tinha encontrado. Eu disse: “Querida, que tal se em vez de fazer os anjos parecerem que vêm do futuro, fizéssemos com que parecessem com algo do passado? Talvez como algo da era vitoriana? Eles poderiam ter tecnologia avançada, mas eles andariam num tipo de lugar histórico, de outro mundo!” Ela me olhou, sorriu e disse: “Isso é Steampunk”.

Eu não tinha idéia do que ela estava falando, então fiz uma rápida busca na Internet e fui apresentado ao maravilhoso mundo do Steampunk. Eu me apaixonei imediatamente. Eu já tinha visto isso em vários filmes ao longo dos anos, como “Wild Wild West” e os “Sherlock Holmes” mais recentes, e eu sabia que o romance de Júlio Verne “20.000 Léguas Submarinas” tinha este tipo de coisa, mas eu não sabia que ela tinha um nome. Além do mais, o meu interesse em fazer este projeto foi sempre pensando nas pessoas que não são Adventistas. Eu não queria fazer um filme que só fosse interessante para os cristãos. Eu queria fazer algo que o mundo lá fora tivesse interesse em ver. O Steampunk é perfeito para isso, porque as pessoas que gostam de Steampunk constantemente procuram filmes e programas de TV que apresentam este modelo. É apenas mais uma forma de conectá-los. Eles têm até mesmo convenções Steampunk onde as pessoas fazem adereços e figurinos e se reúnem para compartilhar idéias! Eu adoraria levar “The Record Keeper” a um evento Steampunk ou uma convenção de quadrinhos. Seria absolutamente perfeito.

Uma vez tendo resolvido isso, a questão do figurino se tornou fácil.

Dennis Hill 01Comente um pouco sobre o elenco. Sabemos que o ator que interpreta Larus é Adventista. Existem outros Adventistas nesse projeto? Como foi a sensação de quem não é adventista? Eu imagino que devam ter ficado curiosos sobre o livro.

Excelente pergunta. Quando começamos a escrever a série, um ator que sabíamos que queríamos ter era Dennis Hill. Ele é Adventista e um ator de sucesso. Ele estrelou muitos seriados de televisão como CSI, Cold Case [conhecido no Brasil como Arquivo Morto]e era um ator regular na série da HBO “The Wire”. Quando terminamos o roteiro, mostramos para Dennis e o deixamos escolher qualquer papel que quisesse. Ele instantanemanete pegou Larus. Os outros atores foram escolhidos através da escola de artes cênicas de Denis, em Los Angeles, e por providência, eles eram todos amigos.

Junesoo Ham 01

Junesoo Ham  atuou como Cayden e foi perfeito para o papel, e uma vez que Dennis e Junesoo já eram amigos, isso deu-lhes base para trabalharem juntos. E um bônus extra era que Junesso já era cristão! (Contudo, não um Adventista). Ele disse que esse papel foi uma resposta a sua oração porque lhe deu um interesse renovado na Igreja.

Lindsay Frame foi escolhida para atuar como Raina e ela foi uma bênção para este projeto. Não tínhamos noção naquela época, mas ela é professora na escola de artes cências de Dennis Hill e uma das melhores atrizes que vimos. Por ela ser uma das melhores professoras de encenação, tanto Junesoo quanto Dennis tiveram respeito imediato por ela. Isso os ajudou a entrar no personagem e olhar para ela como uma pessoa de autoridade.

Lindsay realmente apaixonou-se pelo assunto dos anjos. Ela é uma pessoa profundamente emocional e espiritual, e esse projeto teve um impacto profundo sobre ela. Não acredito que eles [Lindsay e Junesoo] já tenham lido o livro, mas sei que ambos expressaram interesse. Talvez eles o façam em algum momento, algo pelo qual podemos orar.

Temos um anjo negro e um anjo asiático, além de um anjo mulher. Normalmente pensamos que os anjos são brancos e homens ocidentais. Você teve alguma razão para criar esta estrutura diferente?

Desde o início eu não queria que isso parecesse uma história americana. Queria que parecesse uma história universal. Estes personagens existiam bem antes de o Ocidente existir, então eles deveriam parecer ser de todas as nacionalidades.

Gilberto Martin Del Campo 01Fiz todo o possível para encontrar um elenco extremamente diversificado. Como disse antes, queria contar essa história de uma maneira que nunca tinha sido contada antes. Por isso o episódio piloto começa em espanhol, e no final tem espanhol, romeno, russo e tagalo. Em outros episódios escrevemos em francês, coreano e até mesmo em língua de sinais!

E uma vez que este série tem uma grande audiência no Brasil, estamos planejando adicionar o português.

Algo que fizemos foi retirar da linguagem qualquer jargão cristão. Escolhemos cuidadosamente as palavras que os personagens usariam para descrever Deus, Jesus, Satanás, etc. Trindade foi chamada de “administração”, Deus é chamado de “o Rei” e Satanás de “o General”. Isso faz a série parecer um drama político.

Outra razão pela qual fizemos isso foi para que não parecesse uma propaganda cristã. Na América, as pessoas evitam qualquer coisa que a igreja tenha a dizer. O cristianismo é visto como arcaico e opressivo. Pensamos que se criássemos nossa própria linguagem, então os expectadores não se sentiriam tão ameaçados. E funcionou!

No primeiro dia no estúdio recebi comentários de muitos membros do elenco que gostaram disso e sentiram que poderiam aproveitar muito melhor a história.

A série terá cenas externas ou apenas internas?

Grande parte da série se passará no escritório de Raina, mas nós iremos filmar em outras locações. Estamos planejando mostrar mais do escritório onde Raina trabalha, incluindo a sala de arquivos infinitos onde todos os registros são mantidos. Mostraremos algumas das salas que Cayden e Larus usam enquanto executam seus planos na Terra. Também iremos para algumas locações pitorescas. Por exemplo, uma cena se passa na Terra onde os anjos gostam de ir para ouvir a voz de Deus.

O tema principal da temporada é o debate político dos anjos no grande conflito?

Está correto. O Grande Conflito inteiro é uma guerra de ideais. É Satanás dizendo que o jeito de Deus é injusto, e que deveríamos ser livres pra seguirmos nossos próprios caminhos. Satanás acusa Deus de ser muito exigente e cruel. Nosso plano é mostrar a verdadeira natureza do diabo e a pureza de Deus.

Em seu portfólio no site “Big Puddle Films” aparecem cenas inéditas de “The Record Keeper”, como por exemplo Raina falando e a sala sendo destruída. Fale sobre essa cena.

Nós filmamos cenas extras para que a Associação Geral dos Adventistas do Sétimo Dia pudesse ver como a série progrediria. Essa cena é do 8º episódio. Não queremos arruinar a surpresa para os fãs! Eu vou apenas dar uma dica pra vocês ficarem curiosos: Essa cena é um terremoto que estremece o escritório de Raina. Vocês terão que ficar ligados para ver como isso acontece.

Locação 02

Fale um pouco como está as gravações neste início de ano (2013).
A filmagem da temporada completa de “The Record Keeper” tem sido fantástica. Tem sido uma das melhores experiências da minha carreira. Se você gostou do episódio piloto, você ficará maravilhado com o que estamos fazendo na temporada completa. O valor da produção é muito maior e as histórias muito mais profundas.

A propósito, quantos episódios serão?
Filmaremos um total de 11 episódios. Isso inclui o episódio piloto. Tivemos de refazer o piloto porque fomos forçados a usar um
a locação diferente para o escritório de Raina. A coisa boa, contudo, é que isso deu aos atores uma chance de melhorar suas performances.

Estamos acompanhando pelo Facebook que estão ocorrendo novas filmagens. São para todos os episódios?
Tudo o que você está vendo nas fotos é da temporada completa. Serão todos episódios de mais ou menos 10 minutos cada. Quanto todos os episódios estiverem completos, serão 110 minutos de encenação – que é o tamanho de um filme.

Já temos previsão para o lançamento dos episódios?
Estamos editando os episódios tão rápido quanto possível, mas levará alguns meses para completá-los. Lançaremos os episódios neste verão (inverno no Brasil).

Você pode acompanhar as informações dessa webserie através da página oficial no Facebook: Clique Aqui

Em breve publicaremos mais informações sobre como está as gravações atuais.

Tradução: Clacir Virmes Junior e Daniella Cláudia Barbosa Ângelo Virmes


 

 

 

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Recente: 15 de julho de 2013
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